terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ushuaia – Duas Rodas e um Sonho

Ushuaia – Duas Rodas e um Sonho
Cap 10- Os fazedores de Chuva


Conhecemos um grupo de motociclistas que, recentemente, se reuniu em Itajaí-SC, todos viajantes e que se auto-intitulam “Os Fazedores de Chuva”.

O título peculiar nos chamou a atenção, e por ocasião desta nossa viagem ao Fim do Mundo, iniciamos uma pesquisa para entender um pouco mais do significado deste título, até então desconhecido por nós.
O grupo, formado por diversos motociclistas das mais variadas partes do mundo, tem em comum o amor pelas viagens em duas rodas, mas não viagens comuns e, sim, por longas e duradouras viagens de aventura.

Será que nós, que vamos iniciar uma viagem longa e a um lugar tão especial como o Ushuaia, teríamos direito a algum título especial?

Antes de responder a esta pergunta, procurei saber um pouco mais sobre os “Fazedores de Chuva”.
Soube que faziam parte dos povos antepassados, que viveram na América ainda não descoberta.
Os Fazedores de Chuva eram sacerdotes Mayas. Os Tz’utujiles os chamavam Nabe’ysiles.
Acreditavam que tinham poderes de fazer chover ou fazer parar de chover.
Em Atitlán, eram os intermediários entre suas comunidades e os deuses da chuva. Os Nabe’ysiles se encarregavam de pedir a chuva para que o povo tivesse boas colheitas.
Uma estória contada de geração em geração, narra uma das passagens destes mitos que viveram entre nós por gerações, e eram venerados e adorados por seus povos.

O titulo da estória é: “O Fazedor de Chuva” - autor – desconhecido.

“Certo povo, sofria durante muitos anos consecutivos uma terrível seca. Apesar de que a comunidade solicitou em várias ocasiões os serviços de famosos fazedores de chuva, nenhum conseguiu solucionar o problema. Em uma última e desesperada tentativa os cidadãos do povoado decidiram pedir ajuda a um famoso fazedor de chuva de um país distante.
Quanto este chegou ao povoado, armou sua tenda de campanha, entrou nela e desapareceu durante quatro dias.
No quinto dia, a tão esperada chuva começou a cair com abundância, molhando toda a terra ressequida pela seca.
Aos olhares incrédulos dos olhos de todos, os habitantes do povoado perguntaram ao fazedor de chuva como havia conseguido fazer aquele milagre.
 - O mérito não é meu, respondeu o fazedor modestamente. Eu não fiz nada.
Diante daquela resposta, os habitantes do povoado exclamaram:
 - Não é possível! Quatro dias depois de você chegar começou a chover?
 - A primeira coisa que eu falei ao chegar, explicou o fazedor, foi que vosso povo não vivia em harmonia com o céu.
 - Eu somente harmonizei meu ser com o poder de Deus durante quatro dias e o céu nos presenteou com sua água de chuva”.

Texto retirado e copiado da internet – autor desconhecido.

Entendi então que, além de terem poderes especiais, os fazedores de chuva faziam algo que os diferenciava dos demais de seus povos.
Por vezes, viajavam em terras estranhas e desconhecidas, á busca da chuva tão necessária para seus povos.
A analogia com os Fazedores de Chuva viajantes da atualidade me fez agora sentido.
São pessoas especiais, que buscam terras distantes e desconhecidas e pela grandeza de suas viagens, se tornam homens especiais.
Não precisam de reconhecimento ou exposição pública, simplesmente tem em comum o espírito da aventura e a busca, não da chuva em si, mas do auto conhecimento e da harmonia do poder do grupo para com Deus.
Então, seremos nós um grupo em harmonia com o céu?
Se assim o formos, seremos merecedores do primeiro degrau da graduação.

Voltando a reunião dos motociclistas de Itajaí, fiquei sabendo que o primeiro degrau é ser um “Fazedor de Garoa”.
Faz jus a este título, todo motociclista que chegar ao... Ushuaia!

Opa!!, então, ganharemos todos um título muito especial se realizarmos esta viagem ao Ushuaia.

Seremos todos, “Fazedores de Garoa”.

Do nosso grupo de viagem, o Chico e o Lelê já tem o título de Fazedor de Garoa por já terem ido e voltado de moto ao Ushuaia.
O MacGyver quase, pois foi de moto e retornou de carro.

 No ano que vem o Chico e o Lelê planejam partir ao Alaska, e serão então do grupo, os dois primeiros e legítimos detentores do título de “Fazedores de Chuva”.

Então, nos resta torcer para que nossa viagem seja coroada de êxito, e que voltemos de lá, todos legítimos “Fazedores de Garoa”.
O que não imaginávamos a esta altura, seria a ligação desta estória com a surpresa a nós reservada no retorno para casa, mas que será contada lá na frente,  no momento oportuno.



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