sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Cap 2 - Nasce um Sonho

Ushuaia – Duas Rodas e um Sonho
Cap 2 - Nasce um Sonho
                                                                                      
Era para ser mais um jantar lá em minha casa, onde estaria tendo a oportunidade de receber meus amigos no “cantinho da nona”, como chamo carinhosamente minha área de festas, em homenagem à minha querida e eterna Nona.

Acima da churrasqueira, a frase que diz todo o sentimento que nossa família tem quando recebemos amigos em nossa casa, frase esta que copiamos de uma placa de uma estreita rua, na cidade do Porto, em Portugal:

“Bem vindo seja,
quem vier por bem”

E aqueles amigos que ali estavam, eram todos muito bem vindos.

Na ocasião, iríamos comer um “assado”, oferecido por mim e desfrutar de algumas horas de alegria e descontração na companhia de verdadeiros amigos, todos companheiros de moto, que juntos, comungamos da paixão pela amizade e pelas longas viagens em duas rodas.

Desde a convocação dos amigos para este jantar, parecia que havia algo no ar.
A começar porque a convocação tem uma história e pela primeira vez, o jantar tinha até um nome, bem sugestivo por sinal:
Seria o “1o. Encontro de Machos PHD’s de Blumenau”.
Mas porque este nome? Qual seu objetivo? E onde o jantar nos levou?
É o que começarei aqui a narrar, sem nada inventar.

Tudo começou, quando o Chico montou um projeto chamado "Rastro da Serpente", que vou explicar rapidamente do que se trata e o que isto tem a ver com a reunião no cantinho da nona, lá em casa.
Nos EUA, existe uma rodovia conhecida como One Destination of Bikers, que é o sonho de qualquer motociclista, pois num trecho de 11 milhas, existem 318 curvas, muitas delas bem fechadas.

Localizada no estado da Geórgia, se chama "Tail of the Dragon", ou O rabo do Dragão, rodovia muito famosa, e quem por lá já passou, sabe do que estamos falando.
Numa árvore á beira desta estrada, cujo nome é “Tree of Shame” ou Árvore da Vergonha, ficam penduradas as peças das motos que se perdem pelo caminho, fruto das inúmeras quedas que ocorrem por aqueles que não respeitam o mito e excedem na ousadia e velocidade, e o “dragão”, não perdoa, e morde.

O Chico, acabara de passar pelo Tail of the Dragon, em recente viagem de moto aos EUA, e não parava de tecer elogios a tortuosa rodovia.

Ficou sabendo que a BR 376, que liga o estado do Paraná ao estado de S. Paulo havia sido reformada recentemente, e que teria um trecho ainda pior do que a rodovia americana, repleto de curvas e com elevado grau de dificuldade para ser percorrido de moto.

Coincidentemente, o Chico, juntamente com os amigos PHD’s MacGyver, Rui e Beber, retornavam de uma viagem a Valentin Gentil, no interior de SP, e resolveram percorrer a BR 476, na volta a Santa Catarina e não só comprovaram o que haviam escutado, como o Chico resolveu “batizar” aquele trecho da BR 476 de “Rastro da Serpente Brasileira”, numa alusão ao Tail of the Dragon Americana.

Nesta primeira descida, a “serpente brasileira” fez a primeira vítima, pois o  Rui, num triz de distração, beijou o asfalto, sendo por isso, o primeiro motociclista brasileiro a ser “mordido pela serpente”, antes mesmo de inaugurado oficialmente o trecho.

Para divulgar o trecho e torná-lo passagem quase obrigatória dos amantes do motociclismo no Brasil, o Chico resolveu colocar um marco, no centro da cidade de Apiaí, no interior de SP onde a rota se inicia.
A idéia seria a seguinte:

Todo motociclista que passar pela “Serpente Brasileira”, poderá registrar o fato parando a sua moto em frente a esta placa e tirar uma foto.

No início do “Tail of the Dragon” existe uma escultura de um dragão enorme, onde os motociclistas tiram as fotos e comprovam que por lá estiveram, e foi de lá que ele tirou esta idéia e resolveu por em prática.

E assim, desenvolveu uma placa enorme e marcou uma data e convidou a nós, seus companheiros de moto aqui de Blumenau, para irmos juntos levar e fincar a placa na cidade de Apiaí.
Convidou também muitos outros motociclistas para a inauguração da placa, de várias cidades do interior de SP e também de Curitiba.

Nos dias que antecederam a viagem e no próprio dia da viagem, chovia em cântaros aqui pelas bandas de Blumenau, e a previsão era que a chuva iria subir rumo ao Paraná e São Paulo, e mantendo-se a mesma para todo o final de semana. Pelo telefone, argumentamos:

-        Chico, vamos esperar o tempo melhorar e vamos todos juntos.
-        Sair daqui com esta chuva não tem sentido.

Mas meus argumentos foram em vão, pois ele alegava que o pessoal de S. Paulo e Curitiba o esperava e que não poderia deixar de ir, o que entendemos, mas não concordamos, pois todos sabemos que o risco em pilotar com chuva é maior.
Mas o Chico é teimoso, e foi assim mesmo.

Dos que havia convidado daqui de Blumenau, só o MacGyver e o Stein foram com ele.
Enfrentaram uma chuvarada e tanto, mas graças a Deus, retornaram bem e a placa foi afixada conforme havia previsto.

A serpente não “mordeu’ nenhum daqueles que o acompanharam de Curitiba, embora alguns, lá chegando, resolveram por lá ficar e pernoitar, o que de certa forma, nos confortou, pois mostrava que de fato, a “serpente” é das mais venenosas.

No retorno da viagem, o MacGyver nos envia um email, dizendo ter sido ótima a viagem, que tudo havia saído conforme planejado, mas nos chamando a todos de: “cagões”.

Claro, a turma toda, em tom de brincadeira, passou a “azarar” a vida do MacGyver por ter enviado este email tão “desaforado” e mal criado daquele jeito.

O Beber quase emite um mandato de prisão contra ele, além do Buatim, que pensava em como devolver tamanha ofensa, e buscou na famosa frase do PHD Assis de Florianópolis, a vingança:

“Quer tomar banho toma, não quer, não toma”!

Não precisa dizer que o clima esquentou entre os amigos.
Outros emails contra atacando, com certeza viriam.

Foi aí que tive a idéia do jantar. Seria para “apaziguar” os ânimos e foi onde resolvi marcar em minha casa um assado e convocar a todos com o chamado para a “1a Reunião dos Machos PHD’s de Blumenau”, e o mote era:
Quem for Macho, que apareça!  Não faltou ninguém.
Lá estavam os amigos Buatim, Adilson, Beber, Bogo, Chico, MacGyver e eu.

A intenção era pôr fim ao suposto mal estar e por que não dizer, um ótimo motivo para conversarmos um pouco sobre viagens, motos, encontros, e outros assuntos relacionados à nossa paixão, que depois de nossas queridas, são nossos cavalos de 2 rodas.

Um assado de picanha, regado a molho shitake, acompanhado de um bom vinho tinto argentino, foi o cardápio.
A conversa era solta, com liberdade total para gozações, misturadas com relatos e sonhos de viagem.
E foi num destes momentos, que alguém falou sobre viajar ao “Ushuaia”.
Houve um silêncio...
Todos os amigos, ao mesmo tempo, pararam de falar, e parece que todos nós, viajamos naqueles instantes, para muito longe dali.

Do grupo ali reunido, o Chico já foi e voltou de moto ao Ushuaia, o  Bogo, de carro e o MacGyver, foi de carro, mas de moto não havia conseguido terminar o percurso.
Eu, Buatim e Beber, só em sonho.
A conversa fluiu sobre outros assuntos, mas algo me dizia que o assunto Ushuaia não tinha terminado e que voltaria brevemente, para ser melhor digerido.

Haveria de esperarmos um pouco mais, afinal, ir ao Ushuaia, assim como passar pelo “Rastro da Serpente” ou pelo “Tail of the Dragon”, são coisas que separam os homens dos meninos e, por isso mesmo, seria assunto para outra ocasião, pois a noite já avançava e era hora de retornar ao ninho.


































terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cap 1- Pensamentos

" Nada é mais forte do que o coração e o companheirismo de um motociclista,
porque ele é forjado no calor do asfalto, no frio do vento, na água da chuva,
e na saudade dos irmãos que já se  foram "

PHD Chico


Edgar Treis Azevedo, ou Chico, é um dos motociclistas mais viajados do Brasil, tendo em sua bagagem viagens ao Ushuaia, Peru , Chile, Argentina, EUA, além de muitas viagens em vários estados brasileiros. Esconde por trás da brancura de sua barba e o seu inconfundível rabo de cavalo, uma pessoa de enorme coração e grande parceiro de viagem.
Amante do motociclismo e por viagens de longa distancia, sempre em cima de sua inseparável Harley Davidson, por quem mantém uma paixão muito grande. Idealizador e organizador de um dos maiores encontros de motos dos amantes da marca no Brasil. Grande Road Captain.



“..... Nós acreditamos no nosso próprio caminho, não importa qual é o rumo que o resto do mundo está tomando.
Nós acreditamos no céu, e não acreditamos em tetos solares.
Nós acreditamos na liberdade
Nós acreditamos na poeira, nos búfalos, nos vales montanhosos, na vegetação rasteira e em pilotar em direção ao pôr do sol
Nós acreditamos que a vida é o que você faz dela, e nós fazemos dela uma viagem daquelas.
Nós acreditamos que a máquina que você pilota diz ao mundo exatamente de que lado você está.
Nós não nos importamos com o que os outros acreditam....”

PHD Toninho Jr


Das fazendas de Campo Grande, acostumado a montar cavalos mais bravos, o Toninho quando em cima de sua Harley  se transforma completamente. Se destaca pelo modo peculiar de pilotar uma moto, sempre demonstrando habilidade e segurança. Procura aproveitar suas viagens de moto para relaxar e ouvir sempre suas musicas preferidas, claro, no melhor estilo caipira.




“Viajando de moto sozinho ou em grupo, na imensidão da natureza, sempre encontraremos ao nosso lado a energia DIVINA, espargida do calor humano e irradiado pela aura da amizade que nos fortalece e libera centelhas, transformando tudo em  uma aura de  FELICIDADE e de  ALEGRIA”.

PHD Evangelista



Pessoa de enorme espiritualidade, grande companheiro de viagens Alexandre Evangalista, ou Lele, é sempre uma referência quando o assunto é viagens de longa distância.
De sua amada Florianópolis, na Ilha de Santa Catarina, partiu diversas vezes de moto para longas viagens e a mais importante dela, sem duvida, foi ter saído do Brasil até o Canadá, pilotando e conhecendo praticamente todos os países da America Central e Caribe. Grande Road Captain.




“A vida passa muito rápido, e quando eu já não puder mais viajar pilotando a minha Harley, repetirei por inúmeras vezes todas as minhas aventuras, enquanto a memória não me trair, a bordo de minhas lembranças....”

PHD Joaquim


Também das belas fazendas do estado de Mato Grosso do Sul, Joaquim Barbosa,  não demonstra pela sua cara sempre fechada, sua  barba cerrada e seu inseparável boné,  a pessoa admirável e sensacional que é.
Piloto de aeronave nas horas vagas, conhece como poucos um GPS, além de pilotar sua moto com extrema segurança. Grande companheiro de viagem e grande Road Captain.




“O valor das coisas não esta no tempo em que elas duram, mas na intensidade  com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”

PHD Buatim e Ivan


Alfredo Buatim Sobrinho, demonstra em tudo o que faz seu apego e amor pela família. Sempre acompanhado de sua querida na maioria das viagens, nesta viagem leva na garupa seu filho Ivan, sem duvida, uma oportunidade única de apreciarem uma aventura juntos.




“A diferença entre o possível e o impossível reside na determinação da pessoa."

PHD MacGyver

Vanderson Vendrame ou MacGyver não tem o apelido por acaso e desde pequeno, procurou em aventuras, o aprendizado da vida. Sempre prático e objetivo, tem soluções para tudo. De suas viagens de moto pelos EUA, onde residia no passado, teve a oportunidade de conhecer o país em de ponta a ponta, pilotando diversos modelos de Harley. Viajante solitário na maioria das viagens, mas grande companheiro quando viaja em grupo.




"As viagens que fiz me ensinaram que ter um amigo não é compartilhar semelhanças, mas respeitar as diferenças."

PHD Beber


Jorge Beber, descobriu há poucos anos o prazer de viajar de moto. Em poucos anos, viajou muito mais quilômetros do que muitos motociclistas mais antigos, tendo conhecido diversos países da América do Sul e também os Estados Unidos. De suas reflexões e pontos de vista sempre precisos, procura contribuir sempre para com o equilíbrio do grupo. Grande companheiro de viagem com quem tive oportunidade de viajar algumas vezes.




" Nadie me dice a donde ir, excepto mi voz interior"

" (Ninguém me diz para onde ir, só a minha voz interior)"

            PHD Pastor Solitário

Do Chile, Ricardo Enrique Castro Tapias, ou PHD Pastor Solitário tem este codinome justamente por sempre viajar sozinho, mesmo em longas distâncias. Um motociclista muito experiente e que já viajou por praticamente toda a América Latina. Será sua primeira experiência em uma viagem longa em que compartilhará com o grupo, suas vontades pessoais.







“ O Vento que acaricia o teu rosto enquanto pilotas tua moto, nada mais é do que o “Sopro de Deus”, a te abençoar e a te guiar por cada metro de asfalto que percorre. Sinta-o,  e  estarás sentindo  a presença viva de Deus a teu lado “.

PHD Pires



Viajando juntos nesta aventura, de todos,  eu sou o menos experiente do grupo.
A vida profissional sempre corrida me priva de muitas coisas, e viajar de moto é para mim, uma válvula de escape.
Sempre que possível, levo minha querida na garupa o que faz com que este prazer que sinto ao pilotar minha moto, se torne mais agradável ainda.
O sonho de realizar viagens de longa distância sempre estiveram comigo, e nesta estarei realizando um grande sonho, alimentado desde pequeno.












*Road Captain - RC, ou Capitão da Estrada: É o piloto que lidera o comboio e cuja moto viaja da primeira fila. É responsável pela condução do grupo durante um deslocamento, que pode ser um trecho curto apenas ou mesmo uma viagem completa de ida e retorno.
 Cabe ao RC, entre outras atribuições, o ajuste e verificação antecipada dos mapas e o controle das paradas para reabastecimento, lanches continuando até o hotel de pernoite.
Também cabe a ele determinar a velocidade de cruzeiro que melhor se adapte ao grupo ou ás condições da estrada ou do tempo, e cuidar para que as motos do comboio sigam em formação e principalmente, que o grupo todo saia junto e chegue junto.
Para se chegar ao posto de Road Captain-RC, além de muita experiência em estrada, alguns atributos como paciência, humildade, espírito de equipe e muito jogo de cintura se fazem necessários para que o grupo o respeite se mantenha unido e motivado durante todo o percurso.
O grupo quando em deslocamento deve obedecer as orientações do RC, e nunca deve abandoná-lo, mesmo que este porventura erre o caminho, todos devem segui-lo, mostrando assim, respeito a pessoa que está no posto.
Também é errada a atitude, na estrada, de ultrapassar o Road Captain sem motivo justo, o que demonstra da mesma forma, um desrespeito a ele.
Em havendo necessidade, por exemplo, ir ao banheiro, o que vem de traz deve avisar pelo rádio que o estará ultrapassando e aguardará mais á frente, mas isto só deve ser feito em casos realmente necessário.
Não e fácil ser um Road Captain- RC.
Nota do Autor

Sumário



Prefácio ...........................................................           .
Prefácio do Autor ..........................................           .
Cap 1 -   Pensamentos ....................................         .
Cap 2 –  Nasce um Sonho .............................          .
Cap 3 –  Celebrando a Vida ..........................          .
Cap 4 –  Mas você vai sozinho ? ...................         .
Cap 5 –  Eu quero ir pro Ushuaia ! ...............        .
Cap 6 –  O pacto de silêncio que não funcionou .
Cap 7 –  Afiando nossos machados ...............       .
Cap 8 –  O alicerce do projeto .......................         .
Cap 9 –  O dia em que viramos TOBAS .........       .
Cap 10 – Os fazedores de chuva ....................        .
Cap 11 – Pedaços ao longo do caminho .........      .
Cap 12 – Terminando a Preparação ..............        .
Cap 13 – Transformando limão em limonada     .
Cap 14 – Expectativas iniciais .........................       .
Cap 15 – Refazendo minha bagagem ..............      .
Cap 16 – Um ultimo elemento ........................       .
Cap 17 – É noite de Natal ! .............................        .
Cap 18 – Deixando o Brasil ............................        .
Cap 19 – Com cara de vaca laçada .................        .
Cap 20 – Os céus do Uruguai ........................        .
Cap 21 – A Tempestade .................................          .
Cap 22 – Dois encontros na estrada .............        .
Cap 23 – Um pingüim de boné .....................         .
Cap 24 – O Guanáco .....................................           .
Cap 25 – Réveillon .......................................            .
Cap 26 – O Km 2010 ................................... .
Cap 27 – O Rípio .......................................... .
Cap 28 – Chegando a Ushuaia ....................           .
Cap 29 – Conhecendo Ushuaia ...................          .
Cap 30 - Enfim, o Fim do Mundo ...............          .
Cap 31 – A greve na Aduana .......................            .
Cap 32 – Um teclado em Español ...............          .
Cap 33 – A casa dos Condores .....................          .
Cap 34 – O episódio “Barilochegate” ..............      .
Cap 35 – O inicio do retorno para casa ........        .
Cap 36 – O encontro que não aconteceu .......      .
Cap 37 – Um novo reinício ............................         .
Cap 38 – De volta ao Brasil ...........................         .
Cap 39 – A chegada .......................................          .
Cap 40 – Recordações da Viagem .....................    .

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Prefácio do Autor


                A minha vontade de levar os leitores a uma viagem
Curiosa, bela nos mais diferentes aspectos, me levou a escre-
Ver este livro.
               Gostaria muito que os leitores ao  passarem de folha
Em folha , e observando a beleza dos diversos lugares por nós
Percorridos, possam se sentir num agradável passeio por  um
Mundo  até então desconhecido.
           Nestes relatos, pretendo que nenhum dos  meus compa-
nheiros  desta maravilhosa aventura permaneçam no esqueci-
mento, e que se façam cada vez  mais presentes, estas figuras
que provaram nas situações de alegrias, dificuldades e apertos
suas mais nobres qualidades de generosidade, solidariedade  e
respeito ao próximo,  figuras marcantes,  que daqui para dian-
te ocuparão lugar especial em minha vida.
                 Aceitei  o desafio de   escrever este livro, sem mesmo
haver    percebido  a grande proporção   dos obstáculos que en-
frentaria, mas que superei com a feitura dos   textos, que agora
apresento  aos leitores, em uma tentativa honesta de mostrar o
esforço que a ‘UNIÃO E O VALOR DE UMA GRANDE
AMIZADE’ , a ponto de sermos chamados no final da viagem
De IRMÃOS’, e reafirmo  mais uma vez:
             ‘VOCES TERÃO LUGAR DE HONRA EM MEU
                                         CORAÇÃO’
            Nas páginas seguintes, contarei a história da realização
De um sonho e as aventuras vividas por mim e um grupo de  9
Amigos que, juntos fizemos uma viagem de moto até Ushuaia, sul da
Argentina, na terra conhecida como “Tierra Del Fuego”, onde se  situa
o  “Fin Del Mundo”.   O ponto mais   ao Sul do   continente Americano
onde se pode chegar por terra.
          É onde a nossa América termina.
          Ou então , onde tudo começa,   dependendo  do  modo  que  se
quer ver as coisas.
          Um lugar maravilhoso, místico, de enorme simbologia para via-
jantes de todo o mundo que para lá seguem todo ano, seja de barco,
carro, moto ou até de bicicleta.
          Chegar até lá não é tarefa fácil, e a dificuldade não se dá apenas
Pela distância, mas também pelo clima inóspito característico daque-
la região e também pelas vias de acesso, nem sempre amigáveis e im-
pondo muitas vezes, severas dificuldades para os viajantes. 
          Procurarei contar em detalhes não só  o minucioso planejamen-
to  da expedição, a preparação     física e ajuste  da motos para viagem,
mas principalmente, as histórias de superação na estrada, as surpresas
e os imprevistos que apareceram no meio do caminho.
         Como  o  grupo  superou  tudo  isto    e como  a amizade e o  com-
panheirismo  fizeram  a diferença   em  nossa  aventura então narrados
nestes 40 capítulos,  escritos  com a ajuda  e participação  de  todos  os
viajantes.
            As  histórias  contadas   são todas reais,  não   existe  ficção  e  os
atores, somos nós mesmos.
             Vivemos   e  sentimos  a    emoção de cada uma delas.  E  foram
muitas!
              Quero  levar  o  leitor  a viajar comigo por cada  km  percorrido
em cima de uma moto,  onde  contarei  um  pouco  de tudo:  o   que vi-
mos e sentimos, em um roteiro maravilhoso,   passando por paisagens
fantásticas,  e tudo com uma pitada de aventura,   narrando as muitas
dificuldades ao longo de todo o trecho.
          Ao ler as páginas deste livro,  quem sabe você também  não en-
contra a razão e  o motivo  pelo  qual se encorajar e realizar  “aquela
viagem da sua vida”?.
          A viagem que você   tanto sonha   e que poderia   ficar marcada
para sempre por muitos e muitos anos  e que você insiste  em adiá-la.
          Aquela viagem que você lembrará e dirá silenciosamente:
          Que viagem!! Porque não fiz antes?
           O título  deste  livro  foi buscado  nas  letras do Hino dos  PHD’s,
de onde retirei de uma de suas  estrofes, a inspiração para o batismo
do título:
                                   “.....Sou PHD
                             Uma eterna confraria,
                           Duas Rodas e um Sonho,
                            Em perfeita sintonia....”
          E assim, nasceu o nome de batismo deste livro:
                      “Ushuaia – Duas Rodas e Um Sonho”,
          Caro leitor,
          Que os bons ventos possam levá-lo a viajar junto comigo nesta
aventura!.

          
       

domingo, 2 de janeiro de 2011

Prefácio Por Arthur Albuquerque

        Além de navegar, viajar de motocicleta é preciso. Pois,
a par do prazer físico a viagem alimenta a alma com as  mui-
tas novidades e oportunidades de aprendizado,   que  surgem
pelo caminho.
       Parafraseando Albert Einstein,  nenhuma   alma  que   se
abra para novas experiências de uma grande viagem de moto
voltará a ter o tamanho original. Mas, para isso é necessário,
essencialmente, que  se tenha alguma   sensibilidade, pois de
pouco adianta contar as muitas cidades   conhecidas e os mi-
lhares de quilómetros percorridos, se não se sentir, aprender
ou descobrir algo   significativo; ao menos,  sobre si  mesmo.
É um grande  desperdício, quando  viajar  é  apenas   usufruir
prazer e incensar vaidades.
         Toda grande  viagem  começa  muito  antes  da partida,
principalmente, a   viagem de motocicleta.  Começamos a vi-
venciá-la  no   sonho,  que aos poucos vai  ganhando substân-
cia  com as  pesquisas  de mapas, sites, livros, clima, lugares
imperdíveis etc, além das conversas entre amigos. Verificada
a viabilidade,   logo é  confirmado o roteiro e pronto: define-
se a data da partida.
       Ao  se   ler   este    livro,    tem-se    a   oportunidade     de   acom-
panhar    o    processo   de  decisão   sobre   uma   grande     viagem  de
moto,    nos   mínimos    detalhes.      Durante    a    preparação,        nas
varias   mensagens   trocadas   entre os  futuros  viajantes é  perceptível
a   busca    do   equilíbrio entre a razão e a emoção; como   no  amoleci-
mento do   "núcleo duro"   para    admitir  novos   integrantes no trem.  E
também,   entre   o   romantismo e a realidade;   transparecendo, na  bela
prosa  poética,  a complexidade  da  natureza  humana  aos   surgir   uma
imagem,  aparentemente paradoxal,  de  alguém  "separando   uns  trapos
já surrados para jogar no lombo e apartando  um  bom escocês e alguns"
Cohibas", como um exemplo  de  simplicidade  e  despojamento  no pre-
paro da bagagem.
          Em  suas  páginas,  lições singelas de profunda   sabedoria  para a
boa  convivência  aparecem  aqui   e ali, como a contida na frase  "quem
anda  na  garupa  não  pega rédea",  atrelada a  essencial   recomendação
de  se  substituir,  no coração de cada um, os sentimentos de     egoísmo e
vaidade  por  atitudes  de  "humildade, tolerância e solidariedade". Lição
esta, muito bem aplicada na superação do episódio  "Barilochegate".
           Alem do discreto e construtivo  registro das  interações    humanas,
este livro sobre uma  viagem  de  moto  a  Ushuaia  propicia  recordações
deslumbrantes ou sugestões imperdíveis de lugares  mágicos, onde  se po-
dem  perceber  esplendores  da  natureza,   como  anoitecer  estrelado  nas
Pradarias  Patagônicas,  o  entardecer  seminublado  no Paso  Garibaldi, a
beleza da Lapataia, a imponência das magnificas Torres Del Paine e o inu-
sitado  em  conhecer  os rios de gelo, que são Los Glaciares. Além de tudo
isso, este livro nos sugere o aconchego de charmosas cidades e as delícias
gatronômicas acessíveis no caminho.
           Á  Confraria do Fim do Mundo ficara a gratidão de  todos  nós, lei-
tores,  que  muito  aprenderemos  ao  acompanhar  o desenrolar desta mag-
nífica  viagem.   E  com todos nós, a certeza de que o Grande Arquiteto do
Universo  atendeu  as  mais  intimas  aspirações  de  seus integrantes, pois
ao  encerrar  a  leitura  deste  excelente  livro escrito por um motociclista,
permanece a sensação gratificante de de que cada piloto,   em algum lugar
perdido na distancia - sob o ripio varrido pelo vento- "desapegou-se  dos
pequenos desassossegos, dos vícios e sentimentos mesquinhos"; e "voltou
mais confiante do que era,  mais humilde do que podia  ser e muito menos
orgulhoso do que parecia".
          Assim,   na volta para casa, a partir de Buenos Aires,  cada um dos
pilotos   carregava  uma  alma  mais  grandiosa,  um melhor  conhecimen-
to  de  si  mesmo  e no coração;  uma sede ainda  imperceptível, que será
insaciável,   de  percorrer  com  sua  moto  e  na   companhia dos irmãos,
outras belas  estradas do mundo.
                                                           Rio de janeiro, 19 de abril de 2010
                                                    PHD Road Captain Arthur Albuquerque


      
      

sábado, 1 de janeiro de 2011

AGRADECIMENTOS

                                      

         Agradeço a todas as pessoas que me ajudaram a empreender este livro, desde aqueles que me deram o incentivo de começar a relatar a história, até aos que me ajudaram na diagramação, montagem impressão e distribuição.
         Tenho agradecimentos especiais a:
         Minha querida esposa Celise, e aos  meus filhos Arthur e Laís, pelo carinho e incentivo.
         Meus amigos e companheiros de viagem, que foram de fato, os grandes atores e autores da grande maioria das histórias aqui relatadas, suas contribuições foram imprescindíveis para o enriquecimentoda obra:
ALEXANDRE EVANGELISTA – PHD Evangelista (Lelé), de Florianópolis.
ALFREDO BUATIM SOBRINHO – PHD Buatim, de Blumenau.
ANTONIO MORAIS JUNIOR – PHD  Toninho Jr, de Campo Grande.
EDGAR TREIS AZEVEDO – PHD Chico, de Blumenau.
IVAN BUATIM – Futuro PHD, de Blumenau.
JOAQUIM BARBOSA DE SOUZA – PHD Joaquim, de Campo Grande.
JORGE BEBER – PHD Beber, de Blumenau.
RICARDO TAPIAS – PHD Pastor Solitário, de Santiago do Chile.
VANDERSON VENDRAME – PHD MacGyver, de Blumenau.

E também a:
RITA DE CASSIA DUARTE CRISTOFOLETTI, pessoa muito querida, por ter feito, de forma dedicada, a revisão completa do texto além de sugestões que melhoraram a obra.
TULIO DUARTE CRISTIFOLETTI, por ter tido o trabalho de ler todos os capítulos e tecer valiosos comentários, que me ajudaram a aperfeiçoar os relatos.
ARTHUR ALBUQUERQUE - PHD Arthur, do Rio de Janeiro, pelo seu livro contando da sua viagem que fez ao Ushuaia e que nos serviu de incentivo não so para ir lá, mas também relatar a nossa aventura. Agradecemos também por prefaciar este nosso livro.
A todos minha gratidão por suas contribuições, sem o qual, jamais chegaria a publicar esta obra.
                                                     Blumenau,30 de Abril de 2010
                                                                                 Sergio Pires


*PHD – Significa    Proprietário de Harley Davidson  e congrega boa parte dos amantes da lendária marca americana de motocicleta e que formam hoje  uma grande legião de fas aqui no Brasil e também na America Latina. Para saber mais visite o site www.phd-br.com.br