terça-feira, 22 de março de 2011

Ushuaia – Duas Rodas e um Sonho

Ushuaia – Duas Rodas e um Sonho
Cap 5 - Eu quero ir pro Ushuaia!


O ambiente acolhedor no apartamento do Buatim e o excelente jantar oferecido a todos, regado a bons vinhos, foi o pano de fundo para o nosso 2o Encontro.
Presentes, além do anfitrião Buatim, o Beber, Macgyver, Chico e eu, e mais 3 convidados, PHD’s Marcos e Décio e o nosso companheiro Joaquim, de Campo Grande,  que também havia sido “convidado” a participar do jantar.
Este “convidado” entre aspas, caro leitor, você só vai entender no capítulo seguinte.

Falamos pouco ou quase nada sobre o roteiro, e a discussão ficou presa na data da saída de Blumenau e do total de dias que teríamos na estrada, para estarmos de volta a tempo de reassumirmos nossos compromissos profissionais.
Fixado o dia 26 de dezembro de 2009, e com 22 dias de viagem, numero achado pouco por alguns componentes.
Ao final deste 2o. encontro, ficou definido que o Chico iria estudar o melhor roteiro e adaptá-lo a 22 dias para apresentá-lo no próximo encontro.
Marcos e Décio, por compromissos profissionais, definiram que não iriam desta vez.

Então, deste 2o. Encontro, o grupo ficou definido em 6 motos, 7 pessoas, sendo Buatim e seu filho Ivan na garupa, Beber, Chico, Joaquim, MacGyver e eu.

Nos dias subseqüentes a este 2o. encontro, uma mudança de pensamento e de destino, colocou em cheque a vontade inicial do grupo.
Pelo fato de 22 dias serem considerados pouco tempo para a aventura, a idéia caminhava para uma viagem até o Chile, via Mendoza, retorno via Bariloche, que também pode ser considerada uma excepcional opção, mas não seria ao Ushuaia e isto particularmente, incomodava a mim, e penso que incomodava também ao grupo.

De fato, era a tentativa de acomodar tempo disponível a um roteiro interessante, mas isto, de certa forma, iria postergar, talvez para sempre, o sonho de irmos juntos ao Ushuaia.

Por coincidência, eu estava lendo o livro “Viajar de Moto al fin del mundo”, editora nova letra, escrito pelo querido PHD Artur Albuquerque do Rio de Janeiro, que fizera a viagem 2 anos atrás e relatou todas as passagens e a aventura que o grupo viveu em 33 dias de viagem.

Da página 130, retirei um trecho e mandei o seguinte email ao grupo:




De:Pires
Assunto: Ushuaia – Viagem ao Fim do Mundo.

Meus amigos.
Estou lendo o livro do Artur Albuquerque - "Ushuaia - Viajar de Moto ao fim do Mundo".

Estou na pagina 130 e de lá, tirei o seguinte trecho:

“... os olhos negros do viajante e seu falcão se fixaram em mim com benevolência e sorriram, quando ele, falando bem devagar, me disse:

Aqueles que estão acomodados e satisfeitos, geralmente, estão engordando e envelhecendo em seus confortáveis sofás, esperando o fim. Desde o início dos tempos, somos peregrinos e sempre teremos de aprender mais alguma coisa, em algum lugar.
Para aqueles que ainda não se decidiram sobre a partida, é sempre bom lembrar que a vida não é eterna e como a chama de uma vela, fenece e se apaga, quando menos se espera. Então, o que alguém almeja fazer, que faça logo, da melhor ou mais simples maneira que puder, porque se ficar esperando o momento ideal, de repente, o milagre de uma nova manhã poderá não se repetir. Então a angustia e a frustração por não ter ousado criar a oportunidade para realizar o próprio sonho serão as únicas companheiras que estarão consigo, quando a própria vela se apagar..."

Meus amigos.
Eu não sei a idéia de vocês, mas hoje, eu tomei minha decisão.
EU QUERO IR PARA O USHUAIA!!
Não estou preocupado se vai ser cansativo ou não. Isto não importa.
Se acharem que 22 dias fazendo a volta por Mendoza for pouco, voltemos pelo mesmo caminho que fomos.

Senhores.
Eu tomei minha decisão hoje: eu quero ir pro Ushuaia.
Qualquer outro roteiro, eu estou fora.

abraços.

PHD Pires


Este email acima, me fez muito bem, pois de fato as palavras do Artur me fizeram acordar para o fato de que o tempo passa e que não temos nenhuma gerência sobre o nosso futuro, sobre o amanhã.
Então, se a oportunidade surge, ela deve ser encarada de frente e por ela, temos de lutar até o fim.
E foi isso que coloquei na cabeça, iria lutar até o fim para que pudéssemos fazer a viagem juntos, afinal, o grupo de amigos era espetacular.
Parece que o email surtiu efeito imediato, pois logo em seguida, recebi respostas animadoras de alguns companheiros.

Só nos resta agora conciliar as datas com o roteiro, para depois, partirmos com seriedade e preparar o caminho para a partida.
Claro, os compromissos profissionais terão de ser ajustados, a preparação da moto, das roupas, da família, enfim, temos de dar a partida definitiva e isto, esperamos em breve ter em mãos a formatação final.
A próxima reunião seria de novo lá em casa, agora, talvez já com alguma coisa mais definida para ser discutida.







































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